Um asqueroso inseto - daqueles imundos, parasitários e doentes - por meio de sua pútrida dialética nada retórica e ego em demasia inflado, acreditava ser algo muito maior do que de fato era. Andava pelo lixo malcheiroso e rastejava-se pelos esgotos nauseabundos julgando estar em pleno voo. Em sua alçada inebriantemente medíocre, por meios escusos, acabou-se estonteado sobre um livro aberto, repleto de sábias palavras e visceral filosofia. Inerte ali, como exemplar sevandija, iniciou sua conspurcação, deslizando por entre as linhas como se nadasse em uma sopa de letrinhas. Acreditava estar absorvendo cada uma daquelas idéias e metáforas. Começou a vomitar palavras e rimas esparsas que nada soavam além de eructações putrefatas e mal elaboradas - eructações de vaidade. Naufragando naquele vasto oceano, creu ser um douto filósofo, um facundo poeta e um exímio artista. Engasgado com o próprio ego, mal pode perceber que seu ínfimo universo estava prestes a se fechar. Na verdade, aquele que...