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Mostrando postagens de dezembro, 2022

A quimera da passagem de passagem

Todo ano, quando se aprochegam estes tempos de festas, estes fatigados e adinâmicos últimos dias do calendário anual, sempre, desde que me conheço não me reconhecendo, uma colossal e íntima apatia me toma por completo. Não por não gostar das festas, comidas, bebidas e os encontros com amigos e familiares, o que devo declarar já em confissão, são justamente tais eventos os quais tornam as mesmas datas um pouco menos excruciantes.  Creio ser algo ainda mais profundo do que a própria fadiga de mais um ano que se completa. A expectativa ilusória e repleta de fé acerca de um novo ano no qual as coisas serão melhores, mais prósperas e que tudo "dará certo", é, talvez, um dos gatilhos e grande chave psíquica para que tudo seja tal qual e congênere, de modo lancinante e sórdido, numa graciosa fantasia, cujas máscaras ao final da derradeira bebederia em fuga de esquecimento, e, sua respectiva ressaca em pílulas do dia seguinte , a degenerescência de tudo o quanto se almeja.  Me evocam...